Disciplina - Ciências

Doenças causadas por Vírus

Caxumba

Imunidade: Vacina ou infecção prévia.
Prevenção: Vacina.
Sequelas na gestação: A ocorrência de caxumba no início da gravidez tem sido associada com o aumento da incidência de morte fetal e abortamento.
Isolamento: 9 dias a partir do início dos sintomas.
Tratamento: A caxumba é quase sempre uma doença benigna e autolimitada, indicando-se no seu tratamento apenas repouso, medicamentos sintomáticos e cuidados gerais. Recomenda-se a prescrição de ácido acetilsalicílico para o controle de febre e da dor. Não existe nenhum medicamento antiviral, com atividade demonstrada contra o vírus da caxumba, que possa ser eventualmente indicado nos casos graves da doença.
Transmissão: Contato direto, por gotículas expelidas do trato respiratório superior de indivíduos infectados.
Contágio: De 2 dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas e sinais de regressão da hipertrofia das glândulas salivares (fim do inchaço). 
Principais sintomas: Febre, calafrios, anorexia, mal-estar geral, cefaleia, dor de garganta e dor nos músculos, que podem preceder de 2 a 3 dias a tumefação da parótida (inchaço nas glândulas salivares localizadas adiante e abaixo de cada orelha). Dor referida no ouvido, localizada próximo ao lóbulo da orelha, que se acentua com os movimentos da mastigação.
Incubação: De 14 a 25 dias.
Principais características: Causada por vírus, ocorre predominantemente na infância. A maior concentração de casos de caxumba ocorre durante o inverno e no início da primavera, principalmente nos grandes centros urbanos.

Fonte:

ABC da Saúde
Brasil Escola
Fiocruz

Poliomielite - Paralisia Infantil


Principais características: Causada por vírus que são mais estáveis do que a maioria dos vírus, sendo capazes de permanecer viáveis durante períodos prolongados, na água, no leite e em outros alimentos.
Antes da disponibilidade das vacinas, a poliomielite era uma doença cosmopolita, observada em todos os continentes - sendo comuns as epidemias nas zonas temperadas - com maior incidência no verão.
Incubação: Varia de 5 a 35 dias, durando comumente uma a duas semanas.
Principais sintomas:

  • Forma abortiva: Febre, anorexia, cefaleia, coriza, dor para engolir alimentos, náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Não deixa sequelas.
  • Forma meningítica: Aos sintomas presentes nas forma abortiva segue-se o aparecimento da síndrome meníngea (ou seja, sintomas das doenças que acometem a meningite - membrana que recobre o cérebro: febre, dor de cabeça, vômitos e rigidez da nuca), sem a presença de paralisias; nesses casos não se observam distúrbios da consciência e a evolução é benigna. Alguns casos podem evoluir para epilepsia.
  • Forma paralítica: A fase paralítica da doença dura de três a cinco dias e é representada por síndrome infecciosa semelhante à observada na forma abortiva. A febre tem duração e intensidade variável. Podem ocorrer convulsões, embora não sejam comuns em crianças com baixa idade. Provoca paralisia principalmente nos membros inferiores, provocando atrofia dos músculos. Isso acontece rapidamente na fase aguda da doença e se instala definitivamente.
Transmissão: Por alimentos contaminados penetram no organismo através da mucosa orofaríngea ou intestinal.
Tratamento: Na fase aguda, o tratamento da poliomielite é fundamentalmente sintomático.
Contágio: 5 dias em média, estendendo-se por, no máximo, 10 dias.
Cuidados importantes: No período de vigilância e repouso absoluto são prioritários os seguintes cuidados com o paciente: sedação, manutenção dos membros comprometidos em posição funcional, recorrendo a coxins protetores, com o objetivo de evitar agravamento das deformidades, dieta hiperproteica e hipercalórica, correção de eventuais desequilibrios hidroeletrolíticos.
Prevenção: Vacina
Imunidade: Vacina ou infecção prévia.

Fonte:
ABC da Saúde
Brasil Escola
Fiocruz

Febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos contaminados por um flavivirus e ocorre na América Central, na América do Sul e na África. No Brasil, a febre amarela pode ser adquirida em áreas urbanas, silvestres e rurais. Ou seja, o indivíduo entra em regiões onde existam os mosquitos que picam uma pessoa infectada e, em seguida, picam outra que ainda não teve a doença, portanto não adquiriu defesas naturais.
Na foto: vírus da febre amarela, microscopia eletrônica da transmissão.


História

A referência à febre amarela no Brasil data de 1685 com a ocorrência de surto em Olinda, Recife, e interior de Pernambuco. Um ano depois atinge a população de Salvador, segundo o historiador Odair Franco. A febre amarela foi reintroduzida em 1849 – primeira grande epidemia ocorrida na capital do Império, Rio de Janeiro (História da febre amarela no Brasil por Jaime Larry Benchimol, Casa de Oswaldo Cruz, fevereiro de 1994) –, quando um navio americano chegou a Salvador, procedente de New Orleans e Havana, infectando os portos e se espalhando por todo o litoral brasileiro. Em 1895, um navio italiano (Lombardia) é acometido de febre amarela ao visitar o Rio de Janeiro – onde quase não existia esgoto e a infraestrutura sanitária era extremamente precária –, desde o recolhimento do lixo ao abastecimento de água, até o comércio de alimentos nas ruas, sem nenhuma condição de higiene e a população, em geral, vivia em cortiços: a entrada de um deles era decorada com cabeças de suíno, surgindo daí a expressão “cabeça de porco”. O Brasil "turístico" era, então, considerado perigoso por conta das enfermidades infecciosas. As agências de viagem na Europa operavam direto para Buenos Aires, sem escala, privando o Brasil do transporte marítimo e da exportação do café. Uma intrincada rede de acontecimentos afeta o país, a partir desse cenário: a cafeicultura era prejudicada, a mão-de-obra era emigrante e vulnerável à febre amarela; não havia como pagar a dívida externa, sobretudo contraída com bancos ingleses. Uma grande epidemia de febre amarela matou mais de 30% da população da cidade brasileira de Campinas, entre o final do século XIX e início do século XX.

Vírus da Febre Amarela

Pertence à família dos flavivirus, e o seu genoma é de RNA simples de sentido positivo (pode ser usado diretamente como um RNA para a síntese proteica). Produz cerca de 10 proteínas, sendo 7 constituintes do seu capsídeo, e é envolvido por envelope bilipídico. Multiplica-se no citoplasma e os virions descendentes invaginam para o retículo endoplasmático da célula-hóspede, a partir do qual são depois exocitados. Tem cerca de 50 nanômetros de diâmetro.
Muitos danos são causados pelos complexos de anticorpos produzidos. O grande número de vírus pode produzir massas de anticorpos ligados a inúmeros vírus e uns aos outros que danificam o endotélio dos vasos, levando a hemorragias.
Os vírus infectam principalmente os macrófagos.


Aedes aegypti


  O Aedes aegypti transmite o vírus da febre amarela de 9 a 12 dias após ter picado uma pessoa infectada. Em áreas de fronteiras agrícolas existe a possibilidade de adaptação do transmissor silvestre para o novo habitat. Na foto: Fêmea de Aedes aegypti alimentando-se de sangue humano.
O Aedes aegypti e o Aedes albopictus proliferam-se nas casas, apartamentos, etc. A fêmea do mosquito põe seus ovos em qualquer recipiente que contenha água limpa, caixas d'água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas. As bromélias, que acumulam água na parte central, chamada de aquário, são os principais criadouros nas áreas urbanas. Os ovos ficam aderidos e sobrevivem mesmo que o recipiente fique seco. Apenas a substituição da água, mesmo feita com frequência, é ineficiente. Dos ovos surgem as larvas, que depois de algum tempo na água, vão formar novos mosquitos adultos.
O Aedes aegypti e o Aedes albopictus transmitem também a dengue. Ambos picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que tem atividade noturna.

Zonas endêmicas no Brasil


A maior quantidade de casos de transmissão da febre amarela, no Brasil, ocorre em regiões de cerrado. Porém, em todas as regiões (zonas rurais, regiões de cerrado, florestas) existem áreas endêmicas de transmissão das infecções. Estas, principalmente ocasionadas pelos mosquitos do gênero Haemagogus, e pela manutenção do ciclo dos vírus através da infecção de macacos e da transmissão transovariana no próprio mosquito.

Onde existe a possibilidade de febre amarela, existe para malária e também para a dengue e outros.

Progressão e Sintomas

O período de incubação é de três a sete dias após a picada. Dissemina-se pelo sangue (virémia). Os sintomas iniciais são inespecíficos como febre, cansaço, mal-estar e dores de cabeça e musculares (principalmente no abdômen). Náuseas, vômitos e diarreia também surgem por vezes. Alguns indivíduos são assimptomáticos. Mais tarde, e após a descida da febre, em 15% dos infectados, podem surgir sintomas mais graves, como novamente febre alta, diarreia de mau cheiro, convulsões e delírio, hemorragias internas e coagulação intravascular disseminada, com danos e enfartes em vários órgãos, que são potencialmente mortais. As hemorragias manifestam-se como sangramento do nariz e gengivas e equimoses (manchas azuis ou verdes de sangue coagulado na pele).
A mortalidade da febre amarela em epidemias de novas estirpes de vírus pode subir até aos 50%, mas na maioria dos casos ocasionais é muito menor, apenas 5%.


Diagnóstico

O diagnóstico é PCR, inoculação de soro sanguíneo em culturas celulares; ou pela serologia.
Os sintomas iniciais da febre amarela, dengue, malária e leptospirose são os mesmos. Portanto, é necessário a realização de exames laboratoriais para a diferenciação. A confirmação do diagnóstico de febre amarela não exclui a possibilidade de malária. Da mesma forma que a febre amarela, o dengue e a malária também podem se tornar graves quando o indivíduo aparenta melhora.


Prevenção

Existe uma vacina de vírus atenuado, aconselhada a todos que visitam zonas tropicais. Outra forma de prevenção é a erradicação dos locais de reprodução dos mosquitos transmissores e uso de redes ou sprays protectores.

  • Substituir a água dos vasos de plantas por terra e manter seco o prato coletor.
  • Utilizar água tratada com cloro (40 gotas de água sanitária a 2,5% para cada litro) para regar plantas.
  • Desobstruir as calhas do telhado, para não haver acúmulo de água.
  • Não deixar pneus ou recipientes que possam acumular água expostos à chuva.
  • Manter sempre tapadas as caixas de água, cisternas, barris e filtros.
  • Acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa.
  • Tomar a vacina contra a doença antes de viajar a locais que apresentem risco de contaminação.

Fontes:

Wikipédia
Cives
Sespa

Catapora

A catapora é uma doença infecciosa, aguda, mais comum na infância. É também conhecida como varicela e é considerada uma doença benigna e autolimitada, ou seja, desaparece sozinha em poucos dias. Uma de suas características é aparecer em surtos epidêmicos, geralmente entre o fim do inverno e o início da primavera.

A varicela é causada pelo vírus varicela-zoster, também conhecido como HHV3 (human herpes virus 3), e é altamente transmissível por um indivíduo doente, pelo ar, em gotas aerossolizadas de espirros ou tosse, ou por contato direto com as lesões. O tempo de incubação é de 10 a 21 dias, com uma média de 18 dias. Uma pessoa com varicela pode contaminar outras desde dois dias antes das erupções aparecerem, até cinco dias depois do surgimento da última lesão. Por isso, o ideal é que as mães só levem seus filhos à escola ou à creche uma semana depois das feridas cicatrizarem.
A varicela é uma de cinco doenças da infância com exantemas – um exantema é uma erupção cutânea que ocorre em consequência de doenças agudas provocadas por vírus ou cocos (bactérias de forma esférica), e também por parasitas helmínticos, como o Schistosoma mansoni, durante a fase inicial. As outras quatro são sarampo, roséola, rubéola e eritema infeccioso.
Essa doença entra no corpo pela faringe ou pela conjunctiva do olho, multiplica-se e se dissemina pelo sangue, até à pele.

Os sintomas iniciais são febre e erupções maculopapulares (exantemas), seguidas de erupções vesiculoeritematosas muito pruriginosas (ou seja, pústulas que causam comichão). As pústulas apresentam-se com base vermelha e cúpula transparente ("gota de orvalho em pétala de rosa"), com cerca de 3 milímetros de diâmetro. Várias gerações de exantemas surgem durante cerca de 4 dias, com vários estágios em zonas diferentes ao mesmo tempo (ao contrário da varíola). Os exantemas existem mais no peito, porém aparecem em todo o corpo, incluindo couro cabeludo e mucosa oral. Estas se transformam, quando secas, em crostas escuras que caem depois de um tempo. Surgem entre 250 e 500 lesões em todo o corpo.
A varicela é geralmente inofensiva, exceto em doentes com imunodeficiência, ou em neonatos, em que pode causar infecções do cérebro ou pulmão potencialmente mortais. Nos adultos, os sintomas são mais sérios e a doença mais perigosa, e ainda que geralmente de resolução sem problemas, pode ocorrer pneumonia intersticial (em 20% dos casos adultos ou na adolescência).
Quando a enfermidade já está instalada, deve-se ter acompanhamento médico e evitar usar remédios por conta própria. Se o doente usar ácido acetil-salicílico (AAS) pode ocorrer a chamada Síndrome de Reye – insuficiência hepática e coma. Os cuidados básicos de higiene devem ser mantidos, especialmente unhas bem aparadas e limpas para evitar contaminação da ferida.
Cuidados locais: banhos com permanganato de potássio são sempre aconselhados para aliviar a coceira e cicatrizar rapidamente as feridas. Importante: dissolva um pacote ou um comprimido em cinco litros d'água.
Crianças que apresentem febre a partir do quarto dia de doença, febre maior que 39ºC no terceiro dia, retorno da febre após período afebril e dor intensa devem ser avaliadas imediatamente por um médico. Se houver início de infecção, antibióticos podem ser receitados.
A varicela pode ter as seguintes complicações: infecção bacteriana secundária; doença invasiva por estreptococos do grupo A (fasciite necrotizante e síndrome do choque tóxico); pneumonia (causada pelo próprio vírus ou como resultado da infecção bacteriana secundária). Também podem ocorrer complicações neurológicas como a cerebelite e encefalite. Mais raramente, osteomielite, artrite, varicela hemorrágica, glomerulonefrite e a citada síndrome de Reye.
Algumas situações podem tornar uma pessoa mais suscetível às complicações da catapora: portadores de imunodeficiência; quem faz tratamento com imunossupressores (quimioterapia, radioterapia ou corticosteroides em grandes doses); gestantes; crianças menores de 1 ano; e adultos. Algumas formas graves da catapora acontecem em recém-nascidos, contaminados por mães que contraíram a doença entre cinco dias antes do parto e dois dias após.
Se a mulher contrair varicela quando estiver grávida, pode ocorrer a síndrome da varicela congênita. Nesse caso, é possível que a criança apresente baixo peso, cicatrizes cutâneas, alterações oculares, diminuição do tamanho dos membros (hipoplasia de membros), diminuição do córtex cerebral (atrofia cortical) e retardo mental. Esse acometimento ocorre em menos de 2% das crianças cuja mãe apresentou varicela na gestação.
A forma mais eficaz de evitar a catapora é a vacina, que pode ser tomada a partir do primeiro ano de vida. Recomenda-se que adultos que não tiveram a doença quando criança também tomem a vacina, para evitar as complicações da enfermidade.
A vacina para catapora não faz parte do calendário básico vacinal brasileiro. De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o motivo para a não inclusão é o alto preço. Cada dose da vacina contra a catapora custa cerca de R$ 120 para a rede pública. O Ministério da Saúde disponibiliza a vacina em alguns casos: para a população indígena e para Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crias), onde são vacinadas pessoas com algum tipo de imunodeficiência grave, como a Aids. Em outros casos, ela só é encontrada na rede de saúde privada.

Dicas para o paciente:

  • corte sempre as unhas e deixe-as limpas;
  • evite contato com pessoas com baixa capacidade de defesa;
  • use roupas leves, para evitar calor e aliviar as coceiras;
  • use luvas na hora de dormir, se a coceira incomodar muito;
  • tente aliviar o prurido com talcos mentolados ou banhos com amido de milho.
  • não coce a varicela, porque marcas podem ficar para sempre em seu corpo.

Varicela-Zóster

A varicela é a manifestação da infecção primária pelo vírus varicela-zoster. O vírus fica então latente no organismo e, com a idade ou a diminuição da imunidade, pode se reativar, ocasionando lesões semelhantes às da varicela, porém, mais localizadas e acompanhando o trajeto nervoso. Este quadro é chamado herpes zóster.
Varicela-Zóster é um dos oito tipos de vírus da família dos Herpesvirus (que inclui os dois vírus que causam a própria Herpes) que afetam humanos.
O vírus da varicela-zóster é um vírus com envelope, com genoma de DNA bicatenar (dupla hélice), que se multiplica no núcleo da célula-hóspede. Tem a capacidade de adotar um estado latente em que não causa danos à célula-hóspede, ou atividade lítica altamente destrutiva.
O vírus da varicela é um parasita humano quase perfeito, do ponto de vista dos vírus. Ele é capaz de infectar toda uma geração de crianças suscetíveis causando-lhes varicela, sem lhes provocar danos maiores, e quando já todos os membros de uma comunidade foram infectados e possuem imunidade, adota uma forma "hibernante" e consegue se esconder do sistema imunitário dentro dos corpos dos neurônios sem os afetar.
Na velhice, o vírus aproveita a diminuição da eficiência do sistema imunitário para voltar e nessa altura provoca a doença infecciosa zóster, logo na altura certa para infectar a nova geração de crianças suscetíveis que entretanto nasceu, filhos ou netos do portador, com varicela. Este ciclo de vida é extraordinário e permitiu a este vírus propagar-se em números muito maiores do que outros que causam doenças mais mortais, inclusive, mantendo-se ativo continuamente em pequenas comunidades, em que os outros vírus rapidamente matam ou criam imunidade em todos os hóspedes possíveis, desaparecendo. Até recentemente, poucas pessoas em todo o mundo viveriam uma vida sem serem por ele infectadas em alguma altura.
A resposta do sistema imunitário do tipo TH1, citotóxica, é ultimamente eficaz em controlar a infecção, mas também é responsável por muitos dos sintomas, pois é baseada na destruição das células humanas infectadas antes que o vírus se replique. O vírus consegue induzir a formação de sincicios (comunicações diretas citoplasmáticas entre as células vizinhas) e deste modo evita algum efeito dos anticorpos.

Fontes:

Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica
Fundação Nacional de Saúde
Ministério da Saúde
Secretaria de Estado de Saúde do Paraná
Wikipédia
Agência Fiocruz de Notícias

Causada por um vírus chamado Rubivirus rubella, a rubéola é uma enfermidade infecto-contagiosa que ataca, sobretudo, crianças e adultos jovens, sendo particularmente perigosa quando atinge mulheres grávidas (rubéola congênita que pode causar má-formações no embrião). A transmissão acontece por meio das vias aéreas (gotículas de saliva ou perdigotos) ou por via placentária, quando a mãe infecta o feto. Vírus da Rubéola :
  • Grupo: Grupo IV ((+)ssRNA)
  • Família: Togaviridae
  • Gênero: Rubivirus
  • Espécie: Rubella virus
O vírus da rubéola é um togavírus com genoma de RNA unicatenar (simples), de sentido positivo (serve de mRNA para síntese proteica diretamente). Possui um capsídeo icosaédrico e um envelope bilipídico. A transmissão é por contato direto, secreções ou pelo ar. O vírus multiplica-se na faringe e nos órgãos linfáticos, disseminando-se pelo sangue para a pele. Após um período de incubação que varia entre duas e três semanas, aparecem os primeiros sinais característicos da doença: febre baixa (até 38ºC), o surgimento de gânglios linfáticos e manchas rosadas, que primeiro espalham-se pelo rosto e depois pelo resto do corpo e, em geral, desaparecem em menos de 5 dias. Outros sintomas são a vermelhidão (inflamação) dos olhos (sem perigo), dor muscular das articulações, de cabeça e dos testículos, pele seca e congestão nasal com espirros. A rubéola é comumente confundida com outras doenças, tornando seu diagnóstico nem sempre fácil.
A rubéola é um dos cinco exantemas (doenças com marcas vermelhas na pele) da infância. Os outros são o sarampo, a varicela, o eritema infeccioso e a roséola.
O vírus da rubéola só é realmente perigoso quando a infecção ocorre durante a gravidez, com invasão da placenta e infecção do embrião, especialmente durante os primeiros três meses de gestação. Nessas circunstâncias, pode causar aborto, morte fetal, parto prematuro e má-formações congênitas (cataratas, glaucoma, surdez, cardiopatia congênita, microcefalia com retardo mental ou espinha bífida). Uma infecção nos primeiros três meses da gravidez pelo vírus da rubéola é suficiente para a indicação de aborto voluntário da gravidez.
O diagnóstico clínico é difícil por semelhança dos sintomas com os dos outros exantemas. É mais frequentemente sorológico, com detecção de anticorpos específicos para o vírus, ou por ELISA. A doença não é séria e as crianças de sexo masculino não necessitam tomar vacina, mas frequentemente também são inoculadas para prevenir as epidemias ou que depois infectem, no futuro, companheira grávida não vacinada. Nas crianças de sexo feminino é administrada sempre, devido ao risco de que apareça mais tarde durante períodos de gravidez. A vacina é por vírus vivo atenuado e causa a doença em 15% dos casos mas, como já foi dito, em crianças é inócua. A vacina permitiu a sua erradicação em Cuba em 1993, o primeiro país a consegui-lo.
A vacina é composta por vírus vivos atenuados, cultivados em células de rim de coelho ou em células diploides humanas. Pode ser produzida na forma monovalente, associada com sarampo (dupla viral) ou com sarampo e caxumba (tríplice viral). A vacina se apresenta de forma liofilizada, devendo ser reconstituída para o uso. Após sua reconstituição, deve ser conservada à temperatura positiva de 2º a 8ºC, nos níveis local e regional. No nível central, a temperatura recomendada é de menos 20ºC. Deve ser mantida protegida da luz, para não perder atividade. A vacina é utilizada em dose única de 0,5 ml, via subcutânea.


Fontes:
Dr. Drauzio Varella Fiocruz Wikipédia Cives

 

AIDS

A sigla Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O vírus da Aids é conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreção vaginal e no leite materno das pessoas infectadas pelo vírus. Objetos contaminados pelas substâncias citadas, também podem transmitir o HIV, caso haja contato direto com o sangue de uma pessoa.

Contágio: a doença pode demorar até 10 anos para se manifestar, por isso a pessoa pode ter o vírus HIV em seu corpo, mas ainda não ter Aids. Ao desenvolver a Aids, o HIV começa um processo de destruição dos glóbulos brancos do organismo da pessoa doente. Como esses glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico (de defesa) dos seres humanos, sem eles o doente fica desprotegido e várias doenças oportunistas podem aparecer e complicar a saúde. A pessoa portadora do vírus HIV, mesmo não tendo desenvolvido a doença, pode transmiti-la.

Formas de Contágio:
  • Transmissão: pode ser de diversas formas, como o vírus está presente no esperma, secreções vaginais, leite materno e no sangue, todas as formas de contato com estas substâncias podem gerar o contágio. As principais formas detectadas até hoje são transfusão de sangue, relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas ou objetos cortantes que possuam resíduos de sangue. A Aids também pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação ou amamentação.
  • Sintomas: um portador do vírus da Aids pode ficar até 10 anos sem desenvolver a doença e apresentar seus principais sintomas. Isso acontece, pois o HIV fica "adormecido" e controlado pelo sistema imunológico do indivíduo. Quando o sistema imunológico começa ser atacado pelo vírus de forma mais intensa, começam a surgir os primeiros sintomas. Os principais são febre alta, diarreia constante, crescimento dos gânglios linfáticos, perda de peso e erupções na pele. Quando a resistência começa a cair ainda mais, várias doenças oportunistas começam a aparecer: pneumonia, alguns tipos de câncer, problemas neurológicos, perda de memória, dificuldades de coordenação motora, sarcoma de Kaposi (tipo de câncer que causa lesões na pele, intestino e estômago). Caso não tratadas de forma rápida e correta, estas doenças podem levar o soropositivo à morte rapidamente.

Formas de Prevenção:
  • Prevenção: é feita evitando-se todas as formas de contágio citadas acima. Com relação à transmissão via contato sexual, a maneira mais indicada é a utilização correta de preservativos durante as relações sexuais. Atualmente, existem dois tipos de preservativos, também conhecidos como camisinhas: a masculina e a feminina. Outra maneira é a utilização de agulhas e seringas descartáveis em todos os procedimentos médicos. Instrumentos cortantes, que entram em contato com o sangue, devem ser esterilizados de forma correta antes do seu uso. Nas transfusões de sangue, deve haver um rigoroso sistema de testes para detectar a presença do HIV, para que este não passe de uma pessoa contaminada para uma saudável.
Tratamento: não existe a cura para a Aids, o que temos hoje são medicamentos que fazem o controle do vírus na pessoa com a doença. Estes medicamentos melhoram a qualidade de vida do paciente, aumentando a sobrevida. O medicamento mais utilizado atualmente é o AZT (zidovudina) que é um bloqueador de transcriptase reversa. A principal função do AZT é impedir a reprodução do vírus da Aids ainda em sua fase inicial. Outros medicamentos usados no tratamento da Aids são: DDI (didanosina), DDC (zalcitabina), 3TC (lamividina) e D4T (estavudina). Embora eficientes no controle do vírus, estes medicamentos provocam efeitos colaterais significativos nos rins, fígado e sistema imunológico dos pacientes.
Cientistas do mundo todo estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a Aids. Porém, existe uma grande dificuldade, pois o HIV possui uma capacidade de mutação muito grande, dificultando o trabalho dos cientistas no desenvolvimento de vacinas.

Fonte:
Portal Sua Pesquisa
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