Perguntas frequentes - Zika
Perguntas e respostas sobre o vírus zika1 - O que é o vírus zika?
É um vírus da família dos flavivirus, a mesma da dengue e da febre amarela.
2 - Como é transmitido?
Principalmente por meio do Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a chikungunya. Há relatos também da transmissão do vírus por transfusão de sangue e relação sexual. Essas situações ainda estão sendo estudadas por pesquisadores. Por prevenção, no entanto, a Organização Mundial da Saúde decidiu orientar como “apropriada” a recusa de doações de sangue de passageiros provenientes de países onde há surtos de zika. Da mesma forma, também tem sido aconselhado o uso de preservativos.
3 - Pode ser transmitido pela saliva?
Ainda não se sabe. Pesquisadores da Fiocruz conseguiram detectar o vírus ativo na saliva e na urina de dois pacientes infectados, mas a possibilidade de transmissão da doença por esses dois meios ainda não foi comprovada. A descoberta, no entanto, fez ampliar a rede de cuidados recomendados às gestantes. Agora – além do uso de repelente, calça e camisas – também é recomendado às grávidas que evitem circular em ambientes com aglomeração de pessoas, compartilhar talheres e copos e beijar pessoas com suspeita da doença.
4 - Quais os sintomas do zika?
Cerca de 80% dos casos são assintomáticos. Mas alguns dos sintomas típicos são febre baixa, olhos avermelhados e manchas vermelhas no corpo que coçam. Geralmente, os sintomas desaparecem entre 3 e 7 dias.
5 - O zika tem relação com os casos de microcefalia?
Tudo indica que sim. Além da alta de casos da má-formação coincidir com os locais que viveram surto de zika, há outras evidências dessa relação. Partículas do zika foram detectadas no líquido amniótico de duas grávidas que tiveram bebês diagnosticados com microcefalia, pesquisadores comprovaram que o vírus tem capacidade de ultrapassar a barreira placentária e células que indicam a resposta imunológica ao vírus foram detectadas no líquido encefalorraquidiano de 12 recém-nascidos com microcefalia.
6 - Essa relação já era conhecida?
Não. A situação é inédita na pesquisa científica mundial. Após os casos no Brasil, a Polinésia Francesa informou que investiga um aumento no número de casos de bebês com má-formação no sistema nervoso central. Um surto de zika atingiu o território entre 2013 e 2014.
7- Como o vírus afeta o cérebro do bebê?
Ainda não se sabe exatamente como se dá esse processo. Mas pesquisas já demonstram que o zika tem uma tendência natural a atacar células nervosas. Acredita-se que, uma vez que ele atinge o feto, se o cérebro ainda estiver em formação, há risco de as células não se desenvolverem nem migrarem, fazendo com que o órgão e a cabeça fiquem pequenos
8 - Quais características aparecem no exame de imagem que detecta microcefalia ?
Há uma diminuição dos giros cerebrais, deixando o cérebro com aspecto liso. Calcificações também podem surgir. No caso da microcefalia relacionada ao zika, os pesquisadores já perceberam que a má-formação é severa em boa parte dos casos. Num grupo de 35 crianças já avaliadas, 71% delas apresentavam o grau mais avançado de microcefalia – com o perímetro cefálico três vezes menor do que o padrão para o sexo e idade gestacional. O estudo foi publicado no semanário do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
9 - O que é a microcefalia?
Trata-se de um má-formação cerebral que faz com que bebês nasçam com a circunferência da cabeça menor que o esperado para a idade gestacional. Ela pode afetar o desenvolvimento e causar dificuldades cognitivas, motoras e de aprendizado.
10 - Quantos casos foram notificados até agora?
Segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, até 2 de fevereiro já haviam sido notificados 4.783 casos. Desses, 709 foram descartados e outros 404 confirmados como microcefalia relacionada a uma infecção congênita. Para 17 deles, houve confirmação de infecção por zika vírus.
11- Há exames para detectar o vírus?
Teste de PCR, que devem ser realizados nos dias de manifestação da infecção, já estão disponíveis em algumas clínicas particulares. Em fevereiro, 50 mil exames que detectam dengue, zika e chikungunya devem chegar aos laboratórios públicos de todo o país. Promessa do Ministério da Saúde é adquirir 500 mil desses testes até o fim do ano.
12 - Planos de saúde cobrem exames e teste?
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor diz que o plano não pode se negar. Se o cliente tiver dificuldades, pode reclamar à Agência Nacional de Saúde Suplementar
13- Como se proteger?
Evitar a picada do Aedes aegypti é a principal recomendação. Por isso, elimine criadouros de mosquito, use repelentes, vista calça comprida e blusas de manga longa. Com a suspeita de que o vírus também pode ser transmitido pela relação sexual, também é reforçada a recomendação para o uso de preservativo nas relações sexuais. A descoberta de vírus ativo na saliva de pessoas contaminadas também ampliou a vigilância, principalmente para as grávidas. Embora ainda não esteja comprovada a transmissão por meio da saliva, a recomendação de pesquisadores da Fiocruz é que gestantes evitem circular em ambientes com aglomeração de pessoas, compartilhar talheres e copos e beijar pessoas com suspeita da doença.
14 - É seguro engravidar neste momento?
Os governos de alguns países que também vivem um surto de zika têm orientado às mulheres a adiar os planos de gestação. No Brasil essa orientação não foi dada pelo governo, mas alguns especialistas afirmam que, se for possível, é melhor esperar.
15 - Como saber se fui picado pelo Aedes?
É difícil saber. A picada do mosquito geralmente não coça nem provoca reações alérgicas. O horário de maior risco é das 9h às 13h.
16 - Onde o mosquito pica, geralmente?
Especialmente na região dos braços, pernas e abdome. O mosquito voa em uma altura que pode chegar a 1,5 metro.
17 - A infecção por zika pode ser letal?
Há registro de três mortes ligadas ao vírus em 2015, sendo uma de um bebê com microcefalia. As outras são de uma jovem de 16 anos e de um homem com lúpus – uma doença autoimune
18 - Se a mulher for infectada antes da gravidez, o bebê corre risco?
Ainda nãos e sabe. Os pesquisadores ainda tentam descobrir quanto tempo o vírus fica ativo no organismo a ponto de representar um risco para a criança.
19 - Posso ter zika uma segunda vez?
É pouco provável, pois o organismo já teria um repertório adequado para lidar com uma nova infecção.
20 - O Aedes pode transmitir mais de um tipo de vírus na mesma picada?
Em tese, sim. Já houve o relato de uma coinfecção em um paciente de zika com dengue. Mais recentemente, um colombiano foi diagnosticado com zika, dengue e chikungunya de uma só vez.
21 - Há vacina contra o zika?
Não, e pode ser necessário mais de uma década para que isso ocorra. O desenvolvimento seria mais fácil, porém, que o de uma vacina contra a dengue – já que há apenas um tipo de vírus zika, e quatro de dengue
22 - Se estiver carregando um feto com microcefalia, a mulher pode abortar?
Pela legislação brasileira, não. Mas esse tema, provavelmente, será uma questão discutida no Supremo Tribunal Federal. O mesmo grupo que moveu a ação pelo direito das mulheres ao aborto de fetos anencéfalos estuda ir ao Supremo para que seja autorizado o procedimento no caso de bebês com microcefalia.
23 - O vírus zika também pode causar outros sintomas mais graves?
Em adultos, é possível que o zika cause a síndrome de Guillain-Barré, doença neurológica rara e paralisante. Há relato de casos após o contato com o vírus, mas a relação ainda está sendo estudada.
Fonte: www.gazetadopovo.com.br